Volta às aulas - Pais e professores devem estar atentos a um tipo de aluno especial

Na volta às aulas, pais e professores devem estar atentos a um tipo de aluno especial. É aquela criança distraída, que não pára quieta, e pode acabar sendo taxada de "aluno problema".

Essa criança pode ter o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade , uma das principais causas de fracasso nos estudos e abandono da escola.

Na série sobre a volta as aulas, o SPTV mostra hoje que esse aluno precisa é de carinho e respeito.

Ver Gabriela sentada numa cadeira é algo difícil. Se o computador desliga, ela perde a paciência.

Na quadra da escola os colegas desviam da poça de água. Já Gabriela não.

A gente bem que tentou uma entrevista mas quem disse que ela pára?

Gabriela é uma menina hiperativa. De cada 100 crianças em idade escolar no Brasil, três a cinco possuem esse tipo de transtorno. E por serem assim "agitadas" muitas carregam o título de "bagunceiro da turma" de "terror dos professores".

A criança hiperativa tem uma deficiência de "dopamina" e "noradrenalina", que são neurotransmissores localizados na parte da frente do cérebro. A função deles é inibir o excesso de atividade e auxiliar no controle da tensão.

O transtorno tem origem genética e os sintomas aparecem antes dos sete anos de idade.

Os mais comuns são:

- dificuldade de ficar sentado.
- a criança fala demais.
- interrompe a conversa de outras pessoas.
- se revira na cadeira.
- mexe os pés e as mãos o tempo todo.
- está sempre elétrica.

Mauro Muszkat, neuropediatra, explica: “elas não conseguem frear o comportamento. Aquilo que vem na emoção elas agem. Elas não conseguem planejar e nem pensar antes de agir. Muitas vezes são crianças bastante inteligentes mas que não conseguem ter um desempenho acadêmico compatível com seu nível de inteligência”.

O neuropediatra Mauro Muszkat é professor da Universidade federal de São Paulo e faz parte de um grupo que atende, de graça, 70 crianças hiperativas da capital. Ele destaca que os professores precisam estar bem informados sobre a hiperatividade: “bem informados e não confundir essa inabilidade, essa falta de habilidade de manter a atenção concentrada ou essa necessidade de se mexer com desobediência, com agitação do ponto de vista de rebeldia. Porque isso não é desobediência, é uma incapacidade”.

Na escola onde Gabriela estuda uma psicóloga acompanha o comportamento dos alunos: “a psicóloga da escola faz um pré-diagnóstico, entrevista os pais, observa a criança e indica que ela procura um neurologista, pra fazer alguns exames, mas a maioria dos pais se negam porque eles dificilmente admitem que a criança possa ter algum tipo de problema”, explica a coordenadora
Ivânia Freire Aquino.

"O maior problema da hiperatividade é exatamente a ignorância porque as pessoas acham que porque ela faz um tratamento psiquiátrico ela tem algo de diferente, ela só é alegre demais, até em excesso”, explica Shirley Iamarino, mãe de Gabriela.

Gabriela já teve a matrícula negada numa escola por causa do jeito agitado de ser. Mas isso é coisa do passado. Há um ano Gabriela faz tratamento para controlar a hiperatividade.

“Com a medicação é rendimento escolar dela é melhor. Ela trabalha bem, ela se concentra, faz tudo tranqüilo”, explica a mãe de Gabriela.

“Daqui a pouco o remédio vai fazer efeito?”, pergunta o repórter. A mãe responde: “Vai e se não fizer a gente dá um jeito risos" e beija a filha.
O telefone do grupo NANI - Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Interdisciplinar - que atende crianças hiperativas de graça é 5549-8476

Fonte: SPTV

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